• Porque escrever é um vício.

    "O ser humano é o único que se falsifica. Um tigre há de ser tigre eternamente. Um leão há de preservar, até morrer, o seu nobilíssimo rugido. E assim o sapo nasce sapo e como tal envelhece e fenece. Nunca vi um marreco que virasse outra coisa. Mas o ser humano pode, sim, desumanizar-se". (Nelson Rodrigues)

    * * *

    A frase acima, antiga, sempre me pareceu muito pertinente. Mais que isso: sempre me pareceu um retrato fiel de como o ser humano, em suas muitas faces mutantes, pode se transformar num animal, com a irracionalidade peculiar que é destinada aos bichos - embora esses, não raro, sejam muito humanos.

    Mas nunca consigo deixar de me surpreender diante de alguém que mostra as garras - especialmente daqueles que parecem usá-las numa atitude defensiva, que é pura arrogância disfarçada. Pior ainda se o rugido é um grito totalmente destoante e soa mais como um surto desesperado do que propriamente uma defesa. Quando vem na contramão da delicadeza, da solidariedade, da gentileza, então (!!!), é digno de pena.

    Imagine uma situação assim: você sabe que alguém precisa de ajuda e se oferece para ajudá-lo, incondicionalmente, no que for preciso. Recebe de volta palavras ásperas, irônicas, totalmente foras de contexto. Imagine se essa pessoa está às margens de uma doença possivelmente incurável.

    Fica parecendo piada... Sim, porque se até diante da morte alguém ainda se pega em pequenos sentimentos como o orgulho e o ressentimento, decididamente não há nada que se possa fazer por ela.

    E vamos registrar: eu sou uma pessoa de natureza generosa e solidária, mas, também eu, posso me desumanizar...

    3 comentários:

    ... disse...

    sumida, mas nunca ausente!

    Anônimo disse...

    please, Dé, tira meu nome do lado do nome do blog. gosto de ser anônima... ui
    beijo, juli

    Mari Monici disse...

    Disse tudo...sobre a arrogancia entao!!
    Pra deixar meu muito obrigada...e voltar a ler e escrever...me sinto sendo alfabetizada...como a vida nso torna tão concreta, nõa?
    beijos
    Mari

     

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