Lembrei hoje, não sei bem porque, de Dogville - aquele filme instigante, terrivelmente questionador. Quando o vi pela primeira vez, no ano passado, tive, muito provavelmente, as mesmas impressões que a maioria das pessoas.
Mas meu olhar se voltou mesmo foi pra dentro - de mim. Lá, onde também eu abrigo uma Grace - silenciosa e passiva e, quem sabe, com a mesma medida de crueldade enrustida. É... Eu não revelo, jamais conto, mas mora num canto de mim uma mulher capaz de incendiar a minha pequena cidade, que compreende um círculo quase tão discreto de habitantes quando a Dogville sem cenário.
Talvez, só talvez, eu poupasse alguns - bem poucos, não se iludam -, porque ainda tem em mim um tanto de esperança, muito de amizade e amor incondicional por seres que estão numa escala acima do bem e do mal na memória do meu coração. Mas é certo que eu dizimaria a outros sem qualquer piedade e com curioso prazer. E talvez não seja por causa da minha maldade, mas pela ânsia de fazer justiça de acordo com minha avaliação. Quem não gostaria de ter tal poder?
Costumo dizer que o melhor filme que vi será sempre o próximo - embora existam alguns muito especiais. Dogville está nessa categoria - no mesmo topo que As Horas. Sim: eu gosto do que nos faz pensar e também de ver as metades de nós tão bem retratadas na tela na pele de outras mulheres...
1 comentários:
Menina, você voltou! Que surpresa boa!
;-]
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