• Porque escrever é um vício.

    Nada de novo foi dito no Jo na entrevista com Clara Feldman - nada que a gente já não saiba, quero dizer.

    Sem ditar regras - que para todas há exceções -, os pontos pertinentes:

    - Os homens traem mais que as mulheres embora, essas últimas, estejam desenvolvendo, nas últimas decadas, uma liberação em torno do assunto - ou seja, traem mais do que antes ainda que não em caráter de igualdade com a classe masculina.

    - De toda forma, as mulheres traem, geralmente, por envolvimento, enquanto os homens por simples prazer, tesão, para provar que são bons, etc.

    - A 'síndrome do pavão' é aquela tendência D. Juanista que mora em algumas pessoas - aquilo do encantamento estar no seduzir e na conquista; ultrapassado esse impasse, a presa já não é mais atrativo.

    - A terceira pessoa numa relação - as/os amantes - continuam os mesmos: sofrendo e sonhando em vir a ser o companheiro oficial.

    - Surpresa, raiva, indignação, mágoa, dor, são alguns dos sentimentos que envolvem o traído. Tudo isso embate, diretamente, na auto-estima, fazendo-o se questionar onde foi que errou para que o outro procurasse um segundo parceiro.

    - Entretanto, o traído nunca deve sentir-se vítima. Embora a parcela de culpa dele pelo comportamento do outro possa ser pequena, ela sempre existe: em algum momento, abriu-se uma brecha.

    - É mentira que a traição ocorre apenas em casamentos mornos ou teoricamente acabados. Algumas relações especialmente boas também passam pelo processo - o que nos leva a concluir que trair nem sempre tem a ver com desamor: pode ser simplesmente uma questão momentânea (pessoal) do parceiro que trai.

    - Mulheres são mais propensas a perdoar - por toda a carga cultural e social. Os homens, normalmente, não querem saber de uma segunda chance.

    - Perdoar, por todo o sentimento negativo que envolve tal desvio de rota, é um processo demorado: envolve muita paciência de ambos e só ocorre mesmo quando a relação, para o traído, é realmente significativa - do contrário, ele fecha o ciclo e vai em frente, buscando - ou não (em decorrência do trauma) -, outra pessoa.



    O que consegui captar foi isso. Se lembrar de mais alguma coisa, acrescento.

    Acho a traição uma questão muito delicada mas, dessa vez, vou me reservar a não emitir uma opinião.

    Se alguém tiver algo a colocar, é bem-vindo.



    Up-date, sábado de manhã: a psicoterapêuta entrevistada está lançando um livro, pra quem se interessar: Sobre-vivendo à Traição.


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