Ontem foi uma noite como aquelas em que se tem uma expectativa e ela é superada de uma forma deliciosa.

Se de certa forma não aconteceu nada que possa ser considerado especial aos olhos de muitos, para nós, os envolvidos, creio ter sido uma noite premiada com a magia.

Ela, meu marido e eu, fomos ao teatro ver mais uma a peça em que essa moça atua.

Como a gente já a conhecia de outros palcos e levava a alegria de mais um encontro, nos acompanhava a certeza de que tudo seria agradável - além do que, já conhecíamos também a Oficina dos Menestréis, um projeto inicial de Oswaldo Montenegro, que vai ganhando espaço na formação de atores.

Mas fomos surpreendidos por (mais) um musical belíssimo retratando a Sétima Arte - o cinema -, em mil vozes e coreografias espetaculares, a dança como pano de fundo, um cenário de imagens belíssimas, numa composição perfeita de luz, som e talento - esbanjado em cada ato.

Ao final, vê-la mais uma vez - cansada, suada e feliz -, nós quatro ali, puro sorriso e encantamento, era a real definição das coisas pertencentes à categoria do que não tem preço.

E é assim que eu constato, mais uma vez, que a Internet contém uma mágica que vai ficando impossível de descrever. Eu jamais, disso não tenho dúvida, teria tido o privilégio de conhecer essas duas moças pelos caminhos normais porque, na verdade, a gente não frequenta os mesmos lugares, tem idades diferentes, caminhos de vida paralelos e, no entanto, tudo se encaixa numa perfeita sintonia de amizade, cumplicidade e imenso carinho que estariam perdidos nesse universo cheio de ambiguidades.

É certo que talvez eu tenha muita sorte em atrair pessoas especiais, mas acho mesmo que se a gente se der a oportunidade - sem criar idealizações malucas e seguir a intuição -, ela entra rasgando pela nossa porta e o resultado é aquele tipo de felicidade que mora nos detalhes e que, muitas vezes, a gente deixa passar...