• Porque escrever é um vício.

    Estou há dias para escrever sobre isso: andei pensando sobre a morte. Sei que pode soar macabro, mas é uma realidade cotidiana.

    Todos nós estamos à mercê dela: podemos sair e nunca mais voltar; dormir e não mais amanhecer.

    Há inúmeros jeitos de morrer e se há uma certeza, é a inevitável morte - no seu tempo definido, de surpresa, sem aviso.

    Mas fiquei pensando especialmente na morte de pessoas virtuais - essas tantas que perambulam pela Internet.

    No meu primeiro ano nas Listas de Opinião, acho que em 97, lembro de um rapaz, que vivia nos EUA - e era amigo pessoal de uma ou duas pessoas -, avisando que tinha descoberto um câncer em fase adiantada. Meses depois, ele veio a falecer.

    Um susto chocado tomou conta de todos os participantes: ninguém jamais cogitava que um de nós pudesse morrer.

    A virtualidade parece instalar uma aura protetora sobre nós, como se isso jamais pudesse acontecer.

    No ano passado, na Lista de Mulheres, Artemis, o aviso de que uma das meninas havia falecido, vítima de um infarto repentino, também causou comoção.

    Embora poucas pessoas se manifestem sobre o impacto da notícia - temos medo de falar da morte, não? -, o silêncio delata a perplexidade e a angústia de nos constatarmos tão vulneráveis - sim, quando a morte arrebata alguém próximo a nós, pensar no tema se torna automático por alguns dias.

    Acabei pensando em como seria se eu morresse. Meu marido, sei, jamais avisaria aos leitores desse blog sobre isso.

    Alguns amigos talvez colocassem a informação em seus espaços. E como isso se daria?

    "É com pesar que soubemos, essa manhã, que Débora Bottcher faleceu."

    Alguém já cogitou um dia acessar um blog e encontrar algo assim?

    Pois é... Lamento informar, mas ninguém está livre dessa fatalidade...


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