• Porque escrever é um vício.

    Eu trabalhei num prédio, na Avenida Paulista, cujas paredes externas eram de vidro e as janelas grandes demais para a segurança de quem tivesse, ainda que por um momento, o sonho de Ícaro. Sim: da empresa para a qual eu prestava serviços, um homem saltou do 16º andar. A partir dessa ocasião, a ordem era para que todas as janelas se mantivessem rigorosamente fechadas. Mas não era possível controlar todos os visitantes e tinha-se que contar com a sorte e esperança de que ninguém mais aportasse ali com espíritos voadores...



    Meu pai tinha um escritório em Campinas no 18º andar de um edifício na Av. Francisco Glicério. A janela que ficava às suas costas também era imensa. Certa ocasião, ele estava em uma reunião com mais quatro pessoas quando um jovem abriu a porta de sua sala - sendo seguido pela surpresa da secretária -, atravessou-a rapidamente, sem pronunciar palavra, e lançou-se no abismo, para espanto geral. Ninguém o conhecia nem jamais o tinha visto.



    Falo de voar, mas é só uma metáfora de um desejo inocente e impossível. Voemos, pois, apenas nas asas da imaginação e na delicadeza de sonhos bons...

    E, claro, em aviões.


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