Ela se pergunta quem é depois de cinco anos ao lado de alguém que foi embora.
É difícil responder...
Não importa quanto tempo se tenha permanecido junto a um ser amado - pode ser um mês ou uma vida quase inteira -, fato é que quando tudo acaba o vazio é insuportável.
Achar-se novamente é um processo árduo: as referências ficam cruzadas e é preciso buscar-se no antes para tentar entender o que fizemos de nós a fim de nos reconstruir - e agora, sozinhos.
Inútil dizer que passa. Eu costumo dizer que algumas coisas não passam nunca. Amenizam, é verdade, mas existem marcas que nem o tempo podem apagar.
E afinal, para quê? É disso que somos feitos: das nossas memórias, de riso e pranto, de sonhos desfeitos e recomeços. É tudo necessário: o que vivemos é passaporte para o que ainda vem à frente e é indispensável para que seja possível não errar nos mesmos lugares.
A dor - embora não reconheçamos imediatamente -, também pode ser doce quando é parte do processo que chamam crescer. Não é fácil, mas é assim que as coisas são.
E geralmente depois de saltar esse abismo, a gente renasce renovada: outra pessoa surge das nossas próprias sombras, sai das brechas, aporta na luz - mais forte, mais inteira, serena.
É verdade que, também isso, deixa sua cicatriz - e essa é para não nos deixar esquecer que, não importa o que aconteça, a gente sempre sobrevive.
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