• Porque escrever é um vício.

    De vez em quando, a lembrança da modelo Fernanda Vogel me assola.

    Nunca a tinha visto - se tinha, não gravei sua fisionomia -, mas por ocasião do acidente que a vitimou, uma estranha consternação me tomou o interior, como se eu a conhecesse há muito tempo, como se ela fosse uma pessoa íntima e infinitamente querida. Coisas que ninguém explica...

    Fato é que ocasionalmente algo em mim se lembra dela e, de novo, vem-me essa sensação de ter perdido alguém que me era caro. Incompreensível...

    E hoje, no final da tarde - agora pouco -, quando desci para uma sessão rápida de nado, cansada encostei na beirada e foi então que pensamentos voltados para essa moça mais uma vez me povoaram a mente...

    Aqui, quando a gente cansa, pode parar e tomar fôlego em segurança. Em alto mar, cansaço é sinônimo de desespero, escuridão, impotência, a imensidão nos engolindo... Morte.



    Eu aprendi a nadar antes de completar um ano de idade quando, para irritação de minha mãe, meu pai me jogava no lado mais fundo da piscina e ficava na borda, esperando que eu viesse à tona.

    Se vidas passadas existem, é provável que eu tenha cruzado uma delas afogando-me no oceano...




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