• Porque escrever é um vício.

    "É assim, tudo." (Maria Rita Lemos)

    Tem dias em que a gente constata que a vida é um novelo emaranhado em nossas emoções. O que fazemos não condiz com o que queremos; o que queremos, se esconde no fundo profundo escuro da alma. Por vezes, nem nós mesmos temos acesso...

    ***

    Foi outro dia que eu fiquei pensando que mora em nós um poço raso de dor. Em volta, paredes azuis, daquele tom de petróleo, que anoitece tudo que toca. Prisão. Escuridão. Vazio. Você espia a saída, mas pefere não passar da entrada. Sente medo de se mover, percebe as paredes se fechando, trincando, prestes a cair. Você pode correr, mas não o faz: está imóvel, inerte, mas não alheio: apenas observa. Cedo ou tarde, no entanto, chegará a hora de despertar: algo o empurrará para fora. Você mesmo vai derrubar os muros. Luz ao redor. Liberdade. Um pouco de medo, sempre. E outros azuis, muito além do horizonte...

    ***

    Tem uma moça desesperada porque o namorado a trocou por outra - mais loura, mais bonita, mais amável que ela, talvez. Talvez nada disso. Mas fato é que a deixou e agora descansa em outros braços, passeia nos mesmos lugares, sonha outros sonhos. A moça não se conforma. Quase toda madrugada, ela chora na calçada. Grita. Pragueja contra o rapaz. Chuta as grades do portão. Buzina, louca e descontrolada. O porteiro do edificio onde o rapaz vive não a deixa entrar e pede que vá embora. Uma noite dessas, o rapaz apareceu, bem aborrecido, de pijama e chinelo, cabelo desgrenhado, para pedir a ela um pouco de paz.
    Mas o que ele não sabe, é que o amor também é feito de guerra...

    ***

    Foi ontem: desejei ardentemente de-sa-pa-re-cer. Sumir feito milagre. Virar névoa, nuvem, fumaça, ventania. Mas o desejo não foi suficiente: nada aconteceu. Ao invés disso, fui dormir e quis me entregar ao 'sono da morte'. Também ele não me recebeu.
    Três horas depois, acordei e esqueci disso tudo. Fiz um café, comi um pão de mel, sentei pra ver TV: "Harry Potter e a Câmara Secreta."
    Foi só mais tarde que percebi a rotina novamente instalada ao meu lado, mais confortavel que eu, sentada no sofá...

    ***

    Sempre foi. Uma saudade, um vazio, um estranho desejo de retornar. Pra onde, difícil de saber. Quem sabe se ao começo de tudo. Talvez ao meio. Nunca ao fim. Mas o fim retorna. Persegue. É sombra. Fantasma. Um ensaio de recomeço. Um ciclo que jamais se encerra...

    3 comentários:

    Anônimo disse...

    Oi, Débby.

    Não acredito que o amor verdadeiro seja feito de guerra, essa moça tavez nem o ame...

    Beijo.

    Thaís

    Anônimo disse...

    Oi, querida.

    Neste texto, o interior grita: introspecção, profundeza; a alma quer falar.
    Sobre o amor, ando a duvidar se ele é totalmente do bem. :)))
    Saúde e sorte. Beijo.

    Anônimo disse...

    Fico sem palavras diante das suas...
    beijos
    Cris

     

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