"Os caminhos são para as jornadas, não para os destinos..." (Dos Ensinamentos de Buda, em Anna e o Rei)
Ao final de cada ano, há uma tendência em nós a fazer um balanço dos dias que se passaram.
No ano passado, eu fiz esse exercício e agora, ao lê-lo, vi o quanto estava equivocada num monte de conclusões. Daí que falo por mim: não sei se isso é útil.
Muita coisa que eu pensei resolvida em 2001, continuou ao meu encalço. Meu sentimento em relação a algumas situações que eu pensava ter administrado, foi aflorado porque ainda havia assuntos pendentes que eu, ilusoriamente, achei que estivessem liquidados: não estavam e eu precisei de mais muitos meses para fechar um ciclo que se iniciou em 2000.
É assim a vida: emoção, infelizmente, não corre na velocidade do tempo e nos engana.
Daquele resumo, continuei buscando me centrar e reaprender. Faltou entendimento para muitas coisas e se saltei adiante, descobri que o perdão não tinha se feito - e se a culpa foi minha ou da outra parte envolvida, não importa: fato é que descobri que perdoar é um ato que envolve mais que nossa vontade e ainda que dependesse só dela, pra dizer a verdade, nesse caso, não há grandes disposições em mim para tamanha generosidade, confesso.
É certo que continuei a desenvolver certezas, e isso foi especialmente produtivo: eu que detesto a mentira, tratei de parar de mentir pra mim.
Meu pai continua a me fazer falta e às vezes choro - muito (por isso e por outras coisas).
De toda forma, encerro novamente o ano na calma, junto ao meu marido - e isso é bom: se eventualmente se tem contratempos, o amor ainda grita mais alto.
Continuo sem fazer promessas e pedindo para que sejamos poupados das tragédias sem sentido.
O que está feito, está feito, não há nenhuma possibilidade de mudar - de modo que não adianta olhar pra trás.
O que estava proposto e não foi atingido, não foi. Restam duas alternativas: esquecer ou renovar os votos. Remoer, repensar, culpar-se, não resolve a questão e faz mal ao fígado.
Estou de olhos grudados no futuro. O passado não mais me pertence: o exercício principal, nesse momento, é deixá-lo ir-se - pra bem longe de mim...
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