• Porque escrever é um vício.

    Ainda o tema - pegando agora o gancho dela, onde ela levantou a questão do traidor.

    Quem é esse (a) que cruza o outro lado dos limites da relação, dando um salto no escuro, colocando em risco o que, geralmente, é construído com muito investimento emocional?

    É alguém com desvio de caráter ou um ser momentâneamente confuso diante da vida? Ele tem intenção de deixar pra trás a segurança que conquistou ou está simplesmente testando-se - e, eventualmente, ao outro?

    Ele tem problemas de auto-afirmação ou um fascínio por situações perigosas?

    O traidor realmente se apaixona ou isso é um paliativo para sua rotina?

    São muitas as perguntas e a gente podia definí-lo simplesmente como um canalha insensível, que não aprendeu de amar e não tem a menor consideração com quem lhe dedica o melhor que tem. Num primeiro momento, eu (também) sou impelida a essa conclusão imediata.

    Mas, nos relatos que ouvi sobre traição, o que há de certo é que não existem regras nem padrões.

    O ser que trai pode ter um excelente caráter e, ainda assim, se enredar numa trama triangular ou num caso eventual, de curta duração e sem qualquer comprometimento.

    Pode ser um parceiro exemplar com compulsão por sexo e abrigar especial atração pela arte de seduzir.

    Fato mesmo é que quando ele se enreda por esse desvio, o que de prático angaria é muita mágoa, ressentimento e dúvida.

    É sabido que homens e mulheres traem por razões diferentes.

    Os primeiros, apontam como principais motivos a monotonia e tédio do casamento, problemas profissionais, o desejo de variedade e novidade, a tentativa irreal de recuperar o vigor dos 20 anos, os acidentes de percurso - por exemplo, viagens a negócios em que uma mulher sozinha, insinuante e sedutora os 'atacam'.

    A lista pode ser interminável.

    As mulheres, em sua maioria, são mais românticas - além do que, a traição para elas ainda é um tabu cultural e moral.

    Geralmente, sem querer proteger a classe feminina, um caso na vida de uma mulher surge inesperadamente.

    Embora ela possa estar insatisfeita, igualmente enfadada com a mesmice e desapontada com o rumo do casamento, esta não é a primeira saída na qual ela pensa. Entretanto, pode acontecer - e nos últimos tempos, tem acontecido com relativa frequência.

    E acontece mais, segundo estatísticas, com mulheres que se sentem desvalorizadas. A frieza sexual do parceiro, longos silêncios e períodos de separação, conversas desinteressantes e discussões constantes, são outras nuances que podem turvar seu entusiasmo levando-a a acreditar que uma pitada de emoção extraconjugal pode revigorar seu olhar para a vida.

    De toda forma, a mulher busca, quase sempre, um respaldo emocional, enquanto o homem pode se aventurar sem qualquer envolvimento.

    A maior diferença, pra mim, está na leitura que cada um faz do sexo: o homem o associa a aventura, desafio, conquista; a mulher tem uma tendência a ligá-lo (às vezes, equivocadamente) a segurança, intimidade, amor.

    Outra coisa a considerar é que a maioria das mulheres, ao trair, o fazem pela sensação de que algo está errado em alguma parte de seu caminho aliada à ilusão de que outra relação pode trazer alívio e respostas; a maioria dos homens nem sempre está infeliz e, com raras exceções, não tem a menor pretensão de abandonar o casamento.

    Eles buscam a excitação dos sentidos; elas um estímulo emocional.

    Em todos os casos, acho que há uma fuga da realidade.

    E a culpa pode vir ou não. Para as mulheres, creio que o peso da traição costume causar um inferno interior; já a normal praticidade masculina, justifica-se com um "Aconteceu" e encerra o assunto.



    É... Começo a achar que temos mesmo impressões que dariam um livro...


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