Visitei o Bazar dos Sonhos pela primeira vez. E lá encontrei essa poesia (de W. H. Auden), que uma vez li no obituário de um jornal e guardei só fragmentos, partes soltas. Por muito tempo a procurei inteira, e vejam só como é o destino: quando eu parei de procurá-la, ela veio a mim - ao acaso, como é tudo...
"Pare os relógios, cale o telefone
Evite o latido do cão com um osso
Emudeça o piano e que o tambor surdo anuncie
A vinda do caixão, seguido pelo cortejo.
Que os aviões voem em círculos, gemendo
E que escrevam no céu o anúncio: ele morreu.
Ponham laços pretos nos pescoços brancos das pombas de rua
E que guardas de trânsito usem finas luvas de breu.
Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste
Meus dias úteis, meus finais-de-semana,
Meu meio-dia, meia-noite, minha fala e meu canto.
Eu pensava que o amor era eterno; estava errado.
As estrelas não são mais necessárias; apague-as uma por uma
Guarde a lua, desmonte o sol
Despeje o mar e livre-se da floresta
Pois nada mais poderá ser bom como antes era. "
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