• Porque escrever é um vício.

    Sim: todos nós conhecemos pessoas anti-Lula que estão decepcionadas.

    Alguns de seus argumentos são que ele é analfabeto - num país que prima por necessidade de educação; que ele não trabalha (!!!) - num país que se desmorona no desemprego em massa e na economia informal; questionam o voto pela emoção - quando a razão é que deve falar mais alto em política.

    Respeito essas posições - afinal, isso é democracia -, mesmo que não concorde.

    Acho que venceu o direito à esperança num país enterrado no desencanto.

    O governo de FHC teve seus méritos - e sendo excelente estadista, será um especial representante do Brasil na ONU -, mas na soma final, a conta a pagar é alta demais.

    Acho que o povo - ricos, pobres e miseráveis - entendeu que é a hora de tirar a elite do poder e colocar um representante da sua classe. É mais ou menos um reconhecimento de que o círculo vicioso de políticos experientes não nos leva muito longe e que é preciso quebrá-lo para que algum resultado nos beneficie.

    Abraço os decepcionados com todo meu carinho, mas minha esperança continua vermelha como a de outros milhões de brasileiros - e dela não abro mão ainda que tentem me convencer de outra coisa. Também posso ser considerada elite - estudei em colégios e faculdades particulares, sempre tive oportunidade de trabalho, quase sempre morei em casas de cinco quartos, hoje vivo num apartamento da zona (muito) sul de São Paulo, minha geladeira e dispensa estão cheias - de necessários e supérfluos -, e concluo que, sim, sou uma privilegiada. Mas sou minoria.

    E é por entender de igualdade e dignidade, que considero o Excelentíssimo Senhor Presidente da República Federativa do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva - operário semi-analfabeto -, uma das maiores vitórias que esse país pode ter como legado.


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