• Porque escrever é um vício.

    É curioso como minha energia está se esgotando facilmente. É como se sugassem toda a vida que me habita.

    Eu ando assim: quando alguém nos visita ou eu vou a algum lugar, um cansaço infinito me desmonta. As pessoas se vão e é como se me levassem junto, deixando pra trás apenas fragmentos do que sou - "Só o pó...", como diria minha enteada; quando chego, também percebo uma exaustão excessiva.

    Faz-se necessário então um tempo de recomposição, quase um ritual - que já virou automático -: tomar um banho, demorado e quente, e deitar-se, deixando a mente quieta. Eventualmente, acabo adormecendo algumas horas - como foi o caso hoje.



    Quando mais jovem, li em algum lugar que uma das coisas mais difíceis é ficar sem pensar em nada. Achei interessante o desafio - que nunca tinha prestado atenção nesse movimento mental e concluí que estamos sempre ligados em alguma coisa -, e tratei de vencê-lo.

    Não sei ao certo quando consegui controlar o pensamento, mas já deve fazer muito tempo.

    No processo, descobri o que chamei - e acho que chamam cientifica e psicologicamente -, de segunda mente: é aquilo de pensar duas coisas ao mesmo tempo, ler ou ouvir alguém enquanto canta mentalmente uma música, falar ou fazer algo sem desprender a atenção imaginando outra circunstância; ou seja, uma duplicidade mental - talvez, involuntária.

    Esse é um dos detalhes da existência que passa despercebido, mas que, de repente, a gente percebe essencial.

    Ficar sem pensar em nada, faz-se imprescindível em algumas situações. É das pausas, quando o interior se acalma, que saem as decisões mais acertadas; no calor dos sentimentos, no turbilhão das reações apaixonadas, cometemos desatinos que nem nós acreditamos depois.

    "Até que o sol brilhe, acendamos uma vela na escuridão." Existem horas em que seguir Confúcio é a saída mais adequada.

    Em silêncio - total...




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