Vez ou outra, todos nós nos deparamos com amigos ou conhecidos narrando sobre os reveses, os atropelos, os contratempos, as mudanças - nem sempre na direção desejada.
Quando a gente passa por um momento difícil, as pessoas vêm com frases e discursos prontos, muito otimistas. É natural do ser humano esse ímpeto de querer ajudar aos que ama, essa vontade de tirar com as mãos o sofrimento, a lágrima, o desespero, livrando o olhar alheio da decepção, do desencanto, da mágoa.
Quase nunca isso é possível: a dor é algo muito particular e está na categoria das coisas que não se pode delegar - mesmo que se queira (e como a gente gostaria de passá-la adiante!!!)
Sou pessimista, infelizmente.
Entretanto, também sou daquelas que têm frases prontas para as dificuldades dos que quero bem e é mesmo verdade que tudo passa - ou talvez seja nossa perspectiva que mude.
Mas eu vou ser bem sincera: nunca acreditem quando alguém lhes disser que você vai rir do que está passando. É possível que eventualmente isso aconteça, mas algumas situações jamais pertencerão à categoria de risível. Você pode até rir quando comentar sobre ela, mas bem dentro da gente, sabe-se que aquele riso não é verdadeiro, porque algumas coisas nunca se apagam: deixam uma marca em nós que é para sempre.
Outro dia li sobre o perdão e concluí: perdoar não é esquecer. Perdoar é encerrar o que nos aborreceu, não mais falar no assunto (com o envolvido, pelo menos), fazer de conta que não aconteceu. Isso é possível.
Mas esquecer é outra coisa. E esquecer não é tão fácil quanto parece, porque para esquecer determinado acontecimento, seria necessário apagar tudo o mais acontecido na mesma época - e nem sempre tudo foi ruim. Quem sabe quanto se pôde aprender e pode vir a ser útil?
E tem mais uma coisa: ao contrário do que dizem, eu acho que não é o tempo, mas o amor que cura as feridas...
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