• Porque escrever é um vício.

    Ontem - agora já é anteontem -, foi o Chá de Cozinha da minha nora. Ela se casa com meu enteado mais velho em exatos dezenove dias.

    Muitas brincadeiras, riso descontraído, um tanto de alegria. Numa reunião só de mulheres, a maioria é casada - ou com parceiros fixos. Uma ou outra ainda em busca dessa trilha; algumas, de saída dela; outras, em crise, sem saber com certeza que direção tomar.

    Entretanto, como a idéia de casamento nos remete a um celebrar do amor, as possíveis (e naturais) tristezas e contradições junto aos muitos questionamentos em torno dessa complexidade que é viver sob o mesmo teto, ficam à espreita: não se tece comentários mais acirrados - que ninguém vai se atrever a colocar dúvidas em uma noiva às vésperas do enlace.



    O simbólico de uma união é bonito - embora os preparativos sejam um tanto cansativos.

    Mas a festa, as alianças, o brilho no olhar ao pronunciar o SIM, é envolvido em magia - ninguém pode negar.

    Os assuntos sérios, as decisões difíceis, as palavras duras - e o quilo de sal -, fazem parte de um outro ritual: o dia-a-dia.

    É depois, quando a lua de mel se mistura ao cotidiano, naquele momento - que é quase impossível divisar - em que a realidade desce seu manto e os movimentos práticos invadem duas vidas completamente diferentes, com hábitos distintos, virtudes e defeitos que causarão imenso espanto em ambos, que o casamento se faz.

    Fato é que a gente só descobre isso tudo DURANTE e não conheço ninguém que guarde na manga da camisa o segredo de fazer dar certo.

    Cada um de nós tem que encontrar sua própria receita - que jamais caberá para outro par.

    E esse deve ser o maior mistério do mundo: as mil faces do amor, com seus infinitos atalhos para a plenitude, de um jeito único para cada ser que se dispõe a amar e correr riscos...




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