Minha mãe foi embora hoje e é sempre muito bom tê-la por aqui.
Temos hoje uma relação que, em outros tempos, jamais se cogitou possível: de temperamento forte, nós duas, tivemos por toda uma vida diferenças que sempre nos afastaram.
Mas envelheci e muita coisa deixou de ter importância - além do que, viver nos ensina a relevar.
Também aprendi que há outras cores além do branco e preto, e eu que sempre levei tudo a ferro e fogo, acabei me convencendo de que situações muito ruins podem ganhar nuances de cinza e, com um pouco de esforço, alcançar muitos tons de azuis.
É uma questão do olhar e de desenvolver paciência - uma virtude que nunca tive e da qual ainda aprendo um pouco todo dia. E de entender que não existem culpados: todo mundo sempre perde um pouco com os avessos e atropelos do caminho.
Ao final, percebo que angariamos um tipo de cumplicidade própria de mãe e filha: pessoas que se amam apesar de.
E ainda bem que nos foi dada a chance - e tempo - para esse recomeço... Que bom que não foi tarde pra nós...
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