• Porque escrever é um vício.

    Eu não sou fâ ardorosa do Roberto Carlos - aliás, não o sou de ninguém -, mas todo ano assisto ao especial dele pela Rede Globo. Meu pai, colecionador dos discos dele, vivia cantarolando pela casa suas canções - aquelas, antigas, que na minha opinião são as melhores.
    Mas não é exatamente do show que quero falar - sempre bonito, bem produzido, top de linha -, mas sobre esse sentimento que ele conserva pela mulher - que hoje faz três anos que morreu.
    Questionado pela jornalista Gloria Maria sobre se poderia vir a amar novamente, declarou um imperativo não, saindo pela tangente dizendo que amava aos amigos, à família, aos fãs. À insistência da repórter, disse que não era possível amar outra mulher porque o amor que ele e Maria Rita têm - notem o verbo no presente -, transforma o romance de Romeu e Julieta num flerte.
    Dá vontade de chorar...
    Num tempo em que o amor parece emoção descartável, ouvir esse tipo de confissão tem uma beleza e um significado que se perde na grandeza.
    Lembrei de uma amiga que faleceu há seis anos, vítima de um câncer na medula. Tinha 36 anos e dois filhos pequenos. Três meses depois, o marido alugou uma casa pra mãe dela - que vivia com eles -, e anunciou que ia vender a casa deles, pois ia se casar e a nova mulher não queria viver na casa que ela tinha morado.
    Tudo bem: ela ficou doente por dois anos, seu cabelo caiu, a pele enrugou - por causa da quimio - e ela não era mesmo um modelo de sedução. Mas fala sério, hein? Que tipo de mulher se torna amante de um homem esperando a esposa dele morrer?
    É... Meu pai costumava dizer - e deve ser um ditado popular - que viúvo é quem morre.
    Modernidade... Às vezes dá asco...

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