Presença de Anita, o livro: quintas impressões...
A metade da segunda parte e o início da terceira trazem, por assim dizer, uma nova protagonista: Diana, a irmã mais jovem de Lúcia, a esposa.
A menina, durante o julgamento da morte de Anita, revela sua paixão antiga, perdida, louca e ardente por Eduardo, o marido/cunhado, e atira-se sobre ele num desejo voraz, o atrevimento de, ao finalmente descobrir-lhe a fragilidade, julgar-se capaz de tê-lo para si. O ódio pela irmã, enrustido durante muitos anos, por pensar que ela lhe tirou o homem amado ao casar-se com ele - quando ela, Diana, era só uma garotinha adolescente...
O perfil de Eduardo vai se desenhando cada vez pior: ele não tem nada de especial - pelo contrário, é alguém de quem eu manteria larga distância...
Admira-me que Lucia, Anita e Diana, entrevejam encantamentos num homem tão pálido e ausente, de sentimentos que raramente se demonstram, sua indiferença constante, todo o tempo tendo de trazê-lo à tona - que está sempre fora do seu espaço, em viagens fantásticas, naquele devaneio das pessoas que nunca estão felizes com o que têm - por melhor que seja -, os olhos grudados no inatingível para alimentar sua insatisfação...
Muito cansativo para mim. Prefiro a simplicidade e a descomplicação: sem muitos questionamentos - que perseguir a razão última das coisas, desentrava amarguras...
E tem também a questão das mentiras, nas quais ele se atola constantemente - a verdade, para ele, parece não existir: ele está todo o tempo enlameado de máscaras...
Um adendo: sempre me surpreende a traição, mas tanto mais entre irmãs e amigas. Há uma morbidez de disputas e demonstrações de poder que mora na alma feminina. Tão desnecessária e repugnante!
Respeitar os sentimentos alheios... Quando é que se vai praticar essa lei em qualquer vertente?
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