• Porque escrever é um vício.

    Ele falou em desconstruir a imagem que desenhou de si - que é, na maioria das vezes, muito diferente da realidade; ela, da desconstrução das nossas ilusões...



    Eu prefiro falar de construir.

    Até concordo que, de vez em quando, a gente tem que derrubar, tirar da frente algumas coisas que entravam a passagem.

    Também quando alguém destrói nossa construção e só sobram pedras - amarguras, mágoas, dores -, tem-se que passar nosso trator pessoal e até penso que é uma decisão difícil a de reconstruir ou deixar tudo no chão - e sempre tem a opção de construir algo novo...

    Sei que a gente perde muito das crenças que nos foram ensinadas por conta dos tantos tombos, mas seguir uma estrela ainda me soa melhor que abandonar nossos sonhos...

    Um exemplo básico: eu cresci achando que o amor não valia a pena: meus pais, apesar de permanecerem juntos até que a morte os separou, viveram numa guerra não declarada um ao outro - aquele tipo de amor obsessivo que gera muitos desencontros e solidão.

    Entretanto, eu segui perseguindo a certeza de que existia mais do que esse modelo. E, afinal, não me enganei...

    A idéia é acreditar, com a inocência perdida na infância, no próprio coração: ele sabe da verdade e do que não funciona - e nos conta.

    Que ninguém pense que só tive flores pela estrada: a caminhada, como para todos, também pra mim foi árdua.

    Mas Exupèry já dizia que os espinhos são só uma maldade das rosas - que continuam belas... Na vida, as quedas funcionam igualmente...



    Isso ainda me lembra um cartão feito pela Natura, que guardo comigo há muito tempo: duas crianças de frente para o mar, com baldinhos e pazinhas nas mãos, olhando a imensidão no horizonte.

    Uma delas: - Vamos morar naquela casa?

    A outra: - Mas não há nenhuma casa lá...

    E a primeira: - Então vamos construí-la!



    É por aí...




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