Muito boa a troca sobre nossas camuflagens, não?
Mas a idéia, em nenhum momento, foi afrontar alguém - espero que isso tenha ficado claro (ou fique agora).
A reflexão surgiu nessas paragens em blogs novos - até então desconhecidos pra mim.
Eu, por exemplo, adoro as máscaras venezianas, citadas por ela. Quando criança, no carnaval, muitas vezes vesti-me com modelos como esse da imagem maior aí embaixo, e sempre me achei sedutoramente misteriosa - só os olhos azuis à mostra.
Quando descobri a Internet, há uns sete anos, o fiz através da poesia - sites literários. Neles, passei a ser citada pelos meus escritos. Com o tempo, muita gente passou a me escrever e houve uma época em que usei outros nomes para assinar meus textos porque o momento não pedia contato - foi um tempo de muito cansaço, que necessitava de silêncio e solidão.
Quando saí da toca, achei que não era mais necessário proteger-me. Para as listas de discussão e afins, tratei de dar a cara a bater. E o resultado foi bom: abri-me para conhecer o novo e vieram ao meu encontro pessoas excepcionalmente belas.
E o melhor: sou tão eu que quando me encontram ninguém me estranha. Sabem tão bem quem eu sou, que a barreira do constrangimento - possível e natural - cai por terra.
Essa que escreve aqui, em sites de poesia, na Cronica do Dia, nos e-mails, é a mesma que senta-se na varanda, que vai ao supermercado, que faz jantar para os enteados, cuida da neta, não gosta de telefone - mas telefona! -, e ri, e chora, engorda, emagrece, se desespera, sente dor, fica doente e tudo o mais.
Como essa moça disse, nem todo mundo pode gostar do que vê em nós. Mas ser quem se é, completa e simplesmente, como ela, dá muito menos trabalho - disso, não há dúvida.
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