• Porque escrever é um vício.

    A madrugada vai alta e, vez ou outra, como hoje, eu não quero dormir - e isso é diferente de não conseguir dormir, como me é mais comum. Dentro de mim se inquieta uma incansável urgência de soluções rápidas para coisas que são demoradas para se resolver.

    Daí eu penso nos Contos de Fadas, esse lugar onde é possível sacar uma varinha de condão e transformar ratos em cavalos, abóboras em carruagens, farrapos em vestidos de seda, sandálias de cordas em sapatinhos de cristal.

    Sapatinhos de cristal... Eis aí a mais delirante das transformações: através e por causa deles, a menina renegada pela madrasta má virou princesa. É uma das maiores mágicas das fábulas infantis na minha concepção.

    Mas o que ninguém nunca contou, é como foi o depois para a tal Cinderela e, sem querer assustar as adolescentes de plantão, é bem provável que, após uma breve pausa, ela tenha começado um novo ciclo entre ratos, abóboras, farrapos e pés descalços, sob o comando de uma nova voz, não tão doce quanto a que lhe calçou os cristalinos sapatinhos...

    Mas porque estou a delirar sobre isso a essa hora? Essa relutância contra Morpheu deve incitar a loucura...

    E por falar em Morpheu...

    Bom dia! Já é Primeiro de Março e logo será Outono, minha estação predileta - embora minhas folhas já comecem a cair...

    5 comentários:

    Marisa Nascimento disse...

    Débora!
    Espero que Morpheu não tenha demorado muito a te abraçar na madrugada passada.
    Eu, que nunca casei, fiquei aqui pensando na continuação do conto de fadas... Olhei meu sapato ainda ali, confortavelmente, largado ao lado porta e agradeci por ele não ser de cristal...
    Contrapondo a varinha de condão que floreou a nossa infância, deixo para você, mulher guerreira, o recado do poeta: "Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver".
    Beijo

    Mari Monici disse...

    è bom deixar as folhas irem....sem dor nem pesra, para as novas brotarem..e até as velhas podme se renovar em outro lugar, não?
    talvez a sandalia de corda seja bem mais segura...com certeza é!
    Um beijoe bons e leves sonhos

    Priscilla disse...

    Querida,
    eu sempre passo por aqui, e fico feliz em saber que não há abandono. mas ultimamente tenho esquecido de comentar... tudo lindo como sempre! cuide-se, beijos Lua

    Anônimo disse...

    "Dentro de mim se inquieta uma incansável urgência de soluções rápidas para coisas que são demoradas para se resolver."

    Consegui definir a angústia que passou o dia inteiro me apertando o coração! =)

    Vc sempre me faz refletir, minha amiga...

    Bjo grande =*

    Anônimo disse...

    Dé...
    Coincidência ou não, pensei exatamente como seria a vida de Cinderela, depois do fim. aliás, no começo né?
    Escrevi a continuação com a vida real como pano de fundo...
    Está lá no pisca-pisca. Uma hora vc vê, se bate com a sua idéia...
    Bjs!

     

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