• Porque escrever é um vício.

    Eu tive um dia tão ocupado ontem - cuidando da casa, das cãs ao veterinário, do marceneiro que veio instalar uns armários novos, das plantas (que tratei de cuidar que estavam à míngua por pura displicência) -, que só à noite soube do tumulto no Rio de Janeiro - coisa que ninguém sabe bem o que foi: a imprensa sensacionaliza, quem vive lá dá notícias de que está tudo bem, e a gente, aqui de longe, fica meio no ar, sem certeza nem de uma coisa nem de outra.

    Lembro de quando fui viver um tempo no Rio: minha familia vivia em pânico com o que ouvia pela TV. Todo dia meu pai me ligava pra saber, como ele costumava brincar, se eu ainda estava viva.

    Fato é que, violência à parte como a que tem em todo lugar desse país, eu perambulei por lá oito meses sem nenhum contratempo. Caminhava na praia todo fim de noite, ia trabalhar - no Centro, na Cruz Vermelha -, de ônibus, almoçava na Cinelândia, visitava os museus por ali, a Biblioteca Nacional, à noite ia dançar com amigos, fui no concerto da Sinfônica apresentando os 100 anos de Villa Lobos no Teatro Municipal, andei no calçadão de madrugada, tomei água de côco tranquilamente, e sim, continuei viva - como vocês podem constatar.

    Sem sustos. E continuavam, enquanto eu fazia isso tudo, noticiando tiroteios em Copacabana - onde eu estava aportada, pra desespero dos meus pais...

    É muito difícil saber o que é verdade ou pura manipulação política ou narcotráfica (essa palavra existe?).

    Bom: o problema do tráfico existe e causa bastante estardalhaço - bem como o são passíveis os ousados candidatos às vésperas de eleições.

    É esperar pra ver de onde vêm as balas perdidas nesse momento ou se são apenas outra ilusão de ótica...


    0 comentários:

     

    Arquivo do blog

    Se tem algo a dizer, envie sua msg.

    Nome

    E-mail *

    Mensagem *