• Porque escrever é um vício.

    Aqui perto de casa o supermercado Pão de Açucar refez-se em reformas.

    É muito curioso como um espaço pode se transformar: eles trocam o piso, pintam e revestem as paredes, mudam as prateleiras de lugar. Todo o cenário parece outro. Você entra lá e não sabe mais onde está nada: é sua primeira vez no lugar onde vai quase todo dia. Mesmo assim, sente-se acolhido pelo novo visual e vai tateando pelos corredores, memorizando a nova arrumação das coisas que costuma trazer pra casa. E na nova versão, ainda pode se sentar num cantinho, logo na entrada, onde eles dispuseram algumas mesinhas ao improvisarem um balcão que serve café, numa extensão da padaria. Ali, alguém toca um teclado e canta.

    Hoje, fiz compras ao som de Cazuza:

    Faz parte do meu show,

    Faz parte do meu show,

    Do meu amor...




    Ainda agora, a música está na minha segunda mente. Acho que me acompanhou desde o final da tarde, quando vindo do shopping (onde tinha ido buscar um presente para minha enteada), parei ali - mais pra ver como tudo tinha ficado que por real necessidade.

    É muito engraçada essa minha identificação com supermercados - certamente, uma herança do meu pai, que adorava fazer compras. Desde que me conheço por gente, essa tarefa sempre foi dele: minha mãe fazia uma lista e ele providenciava tudo e mais - ele era um pouco exagerado. Era o seu programa de sábado à tarde - praticamente, todo sábado (e o meu que, desde menina, sempre queria ir junto). E ele fazia compras em vários supermercados - porque, como costumava dizer, sempre falta alguma coisa em todos.

    Quando já estava muito doente, ainda queria fazer isso... Lembro das últimas vezes, nós dois lá, e ele ficava muito cansado: avisava que ia se sentar um pouco, que eu continuasse sozinha.

    É o que faço até hoje...



    Faz parte do meu show...




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