• Porque escrever é um vício.

    Ela - que está de blog com novas cores e prometeu escrever mais -, domingo, no finalzinho da tarde, me surpreendeu: telefonou. Tivemos uma conversa muito agradável e foi bem interessante pra mim reviver a emoção de falar com alguém que, até aquele momento, era só virtual.

    Eu, como já disse, tive a alegria de conhecer muita gente boa através da Internet, mas fazia tempo que não ampliava contatos e foi imensamente bom perceber que o encanto ainda não se perdeu.

    E ela me falou que tinha ido visitar Letras: foi o meu primeiro site, lá atrás, quando descobri esse novo mundo que se abria e resolvi vasculhar para entender. Isso me rendeu noites inteiras sem dormir - e dias de trabalho menos produtivos como consequência -, meu pai questionando o que tanto fazia pendurada num computador tantas horas - ele perambulava pela casa, insone, quando a dor não o deixava adormecer -, e dessa insistência, dos devaneios noturnos, Letras - que era, inicialmente, sombria, de fundos pretos, imagens mais fortes, um retrato de mim naquela época, em que eu vivia pelo avesso, no susto, a morte rondando, o medo. Aliás, acho que era por conta do medo, especialmente, que eu dormia tão pouco: morava em meus vãos o pavor de que, ao acordar, tudo estivesse mudado demais para minha compreensão... Eu escrevi sobre isso naquela ocasião. Eu escrevi muito... Enfim...

    Letras começou com um apanhado de poesias, escritas desde a adolescência, reunidas nesse oceano de informação. Foi curioso como me trouxe gente querida essa exposição através da linguagem confusa dos HTML's. Mais tarde, juntei alguns textos escritos ao acaso e percepções alheias. Depois, deixei de atualizar: fiquei com a impressão que ninguém mais visitava - embora o contador de visitantes mostre o contrário. De um ano pra cá, esse espaço nasceu e eu mesma nunca mais fui lá... Que coisa!

    Ela me lembrou disso tudo e eu estava há pouco visitando meu próprio site, lendo minhas próprias memórias - sem muita saudade, confesso: aquele foi um tempo de muita inquietação...

    De toda forma, obrigada, moça! Foi bom olhar-me naqueles espelhos...




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