• Porque escrever é um vício.

    É curioso como, com o passar dos anos, começamos a encarar nossos aniversários como um dia comum: fica sendo uma comemoração das pessoas ao nosso redor. São elas que lembram e, com seus desejos bons, tornam o dia especial; nós, os aniversariantes, ficamos com nossa alegria meio em cima do muro: não sabemos bem ao certo o que nossas sensações querem dizer.

    Quando criança, meu aniversário era envolvido em muita festa, um feriado particular. Além disso, meu pai adorava comemorações - ele até inventava algumas!

    Nos últimos anos, no entanto, apesar de eu achar a data em que nasci especialmente bonita - por marcar o início da Primavera -, já não a recebo com a euforia de antigamente. Envelheci.

    Afinal, ao fazer aniversário a gente comemora o que? O envelhecer: mais um ano somado aos muitos que marcam nosso rosto. E acho que isso vai deixando em nós um tanto de urgência para tudo aquilo que ainda não realizamos, uma pressa em consertar alguns erros, um correr ao encontro do que projetamos e ainda não se tornou verdade.

    Depois dos trinta, penso que nossa emoção vive uma contradição: o otimismo diz que há muito tempo ainda pela frente, mas bem dentro de nós, uma voz baixinha avisa que estamos esgotando.

    Outro dia, uma amiga me disse, pensativa, que estamos na meia-idade. Meia-idade? - surpreendi-me. E ela me convenceu: Quantas pessoas você conhece com 100 anos?

    É isso: aos 34, pertenço a essa categoria.



    Estou comemorando hoje o aniversário do meu marido.

    Quando ele fez 50 anos, há dois, demos uma grande festa. Acho que foi a última.

    Desde então, ele quer que seja apenas um dia comum...




    0 comentários:

     

    Arquivo do blog

    Se tem algo a dizer, envie sua msg.

    Nome

    E-mail *

    Mensagem *