Adeus, como já disse agum poeta, também foi feito pra se dizer...
Porque será que tanta dor nos embala quando um amor dá seu último suspiro? E porque às vezes a gente adia tanto o que parece ter dia e hora para acabar? Do que será que temos tanto medo?
Se a morte, em todas as suas vertentes, pode significar um renascer, porque é que a gente chora tanto?
Porque ficamos assim, sem porto, com nossas referências embaçadas, vulneráveis e perdidos?
O nada se instala. O corpo dói e a cabeça parece latejar, intermitentemente. Os mistérios nos sondam: somos desconhecidos de nós.
Um vazio toma conta de tudo - dentro e fora. Para qualquer lugar que se olhe, uma lembrança - ou será que é a memória que se enreda em desenhar o que vivemos em todo canto? Não importa: fato é que somos inteiros recordações - geralmente, dos bons momentos.
Esquecemos, quando alguém parte - e nos parte ao meio -, os contratempos, as irritações, os abandonos eventuais, as palavras duras, os gestos indelicados, as tantas coisas que relevamos mas nos magoaram de todo jeito.
Esquecemos, porque a dor pede um tipo de alívio que só o vislumbre de alegrias é capaz de nos dar - ainda que momentaneamente.
É inútil dizer que tudo passa - especialmente porque eu tenho pra mim que algumas coisas não passam nunca. Mas o tempo é capaz de amenizar: há vida que continua latente na alma apesar dos reveses e há que se continuar respirando o aparente pouco ar que parece restar.
Logo, ventania - varrendo tudo - e novas esperanças. Outro amor - ou o mesmo -, mas sempre outra história para escrever no próprio livro.
Recomeçar - mesmo que, quando tudo termina, pareça impossível...
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