• Porque escrever é um vício.

    Já tem muito tempo que eu não escrevia uma poesia. Talvez minha inspiração esteja adormecida, talvez eu a tenha esquecido no meu sótão - junto às coisas que fazem parte de outra época.

    Mas é certo que vez ou outra esse hábito infantil ressurge e porque eu não dou muita atenção, fica a incomodar até que eu dedilhe. Tem algo que mora em mim que dita minhas letras, como se tudo fosse meio pronto, já rabiscado nas veias, talvez escrito por outra pessoa (como sempre dizia o meu amigo Mattos, que eu nem imagino por onde anda). Sei lá...

    Fica aqui o registro desse momento - que tem sido raro em termos poéticos...



    Que tivesse os olhos transparentes,

    E que seu sorriso irradiasse paz.

    Que suas mãos fossem leves,

    O perfume doce,

    A voz calma e pausada.



    Que me achasse linda -

    Não importando o tamanho dos meus cabelos,

    Ou o azul dos meus olhos - se fossem de qualquer cor.

    Que me ensinasse de confiança,

    E me ajudasse a aprender de paciência

    Sem extrapolar meus limites.



    Que não falasse de abandono

    Nem pensasse em adeus.



    Que fosse capaz de contemplar a lua em silêncio,

    E em silêncio pudesse permanecer

    Sem sentir-se desconfortável.

    Que iluminasse as noites com palavras simples,

    Sem jamais mencionar o passado.

    Que não me questionasse.



    Que nunca deixasse de sonhar

    E entendesse que a idade é um fato,

    - e que não há porque se desesperar.

    Que não falasse em morte.



    Que me prendesse em sua alma,

    Acalmasse o meu cansaço,

    Enxugasse minhas lágrimas

    E entendesse minha dor.



    Que me salvasse de tantos desencantos

    E que nunca mais me fizesse saber de desencontrar...





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