É... Eu ando em recesso.
Um pouco de confusão emocional no meio da calmaria.
A preguiça talvez não seja apenas uma preguiça, mas um jeito de simplificar um tanto de coisas que ando sentindo junto a mais algumas que parece que estou deixando de sentir.
Cansaço, é verdade. Desses que não tem co-relação direta com o corpo, mas com mente e alma.
Eu vislumbro coisas que quero e não consigo o movimento necessário para realizá-las. Eu ando estática - como nos pesadelos em que não consigo me mexer.
Ela voltou depois de um breve afastamento e falou de amigos.
Eu ando com esse problema: uma ausência de amigos presentes.
Faz dois anos eu levei um susto: descobri que muitas pessoas à minha volta não me queriam tão bem quanto eu imaginava. Minha vida deu uma guinada, parte dela ruiu e eu desci ao chão nesse impacto. Tentei me segurar em algumas mãos e elas me faltaram.
Outras mãos, vindas de longe, apareceram e me ampararam, e com elas a certeza de que, como sempre dizem, a ajuda vem mesmo de onde a gente menos espera.
Mas eu rompi com proximidade. De novo ergui um muro e, de um modo sutil, isolei-me. Fiquei é com medo do mundo, das pessoas, dos sorrisos falsos, das verdades mentirosas nas quais eu insistia em acreditar.
O resultado é isolamento e, se por um lado nos livra de decepções, por outro nos faz reflexo: nossos anseios, dores, dúvidas e desesperos, divididos apenas com a imagem que reflete-se nos espelhos. Cara a cara com uma gêmea é como me sinto. Ela me olha e faz eco em mim.
Não quero dizer com isso que não tenho amigos; é que simplesmente eles estão fora de alcance: as pessoas mais queridas, aquelas com as quais eu gostaria de conversar - e segurar as mãos -, vivem em outros portos. É da vida.
De toda forma, está tudo bem comigo. É só que, de vez em quando, perde-se um pouco do eixo e deixa-se um rastro de silêncio por todos os cantos...
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