Faz tempo estou pra escrever sobre isso...
Muito se tem ouvido falar do Big Brother Brasil e Casa dos Artistas.
Geralmente, as opiniões são negativas - aquele discurso de que o programa é armado, as emissoras/dirigentes manipuladores, e por aí vai.
Mas - e aqui entra um imenso MAS -, a audiência é, tanto para um quanto para outro, massacrante: ninguém vê outra coisa nos horários em que se apresentam.
Aqui, assinamos o BBB 24 horas. Não que a gente assista tanto tempo - que há vida além da TV -, mas tem sido o programa que mais se vê. Quando filhos e amigos vêm visitar, muito se conversa sobre - alguns assumem que veêm, outros dizem que não, mas todos se interessam, ainda que superficialmente.
Também assistimos Casa dos Artistas e acompanhamos as votações e informações pela Internet.
Daí: quem critica? Quem assiste - que, se não assistisse, não teria parâmetros para crítica. Não dá pra dizer que uma coisa é ruim se vc não provou! Isso é básico e lógico.
Mas é compreensível esse jeito de se manter à margem do que não é culturalmente enriquecedor. Queremos parecer intelectuais, ligados nos grandes projetos, vestidos com aquele ar de grandeza que nos coloca inteirados numa sociedade elitizada: ver BBB e CA, nos enruste uma tarja de povão - o que é um tolo pré-conceito.
Pessoalmente, divirto-me muito.
E o que me prende, não é um sentimento de voyerismo da vida alheia, mas o mesmo que ela: as picuinhas, as desculpas esfarrapadas, as contradições bem humanas.
Essa constante mutação de opinião a respeito do outro, do mundo, do que nos cerca. Esse virar as costas a quem nos dá a mão. O beijo da traição. O sorriso da ironia. A mentira que nos protege...
Sim: você e eu já passamos por isso - provavelmente, tanto do lado de quem puxa o tapete quanto de quem leva o tombo.
E esse é um real retrato da vida...
Agora, com licença, que vou continuar a ver BBB , com seus participantes criando jogos de poder para derrubar qualquer um que estiver obstruindo o caminho.
Por dinheiro? Não tão somente - que mora em nós sombras que, muitas vezes, desconhecemos.
Não se iluda... Como disse Nelson Rogrigues, "O ser humano é o único que se falsifica. Um tigre há de ser tigre eternamente. Um leão há de preservar, até morrer, o seu nobilíssimo rugido. E assim o sapo nasce sapo e como tal envelhece e fenece. Nunca vi um marreco que virasse outra coisa. Mas o ser humano pode, sim, desumanizar-se".
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