• Porque escrever é um vício.

    Tem uma coisa que eu observo nas pessoas com bastante atenção: o entusiasmo.

    Quando se apaixonam, quando conhecem uma pessoa pela qual se encantam, quando iniciam um novo trabalho, quando compram uma casa ou um carro novo - ou algo que desejavam -, quando fazem aquela viagem sonhada e pisam pela primeira vez na terra desenhada na memória.

    E então, quando o desejo se torna verdade, quando o famoso olho-no-olho se faz real, volta tudo ao ponto de partida.

    Sim, porque aquele homem se atrasa, deixa você sozinha, grita - tem, como todo mortal comum, um sem número de defeitos que você jamais cogitou no seu esboço de homem perfeito.

    E aquela amiga virtual que você finalmente acabou de encontrar? É o máximo! Só que ela fala demais, é ansiosa, tem mil problemas que só agora, considerando-a amiga de verdade, começa a revelar, e você começa a se sentir cansada.

    O trabalho... Ah! A sua nova sala, o seu novo espaço! Tudo lindo! Mas tem um colega que angariava esse posto - que foi dado a você -, e agora você está às voltas com um mau humor e uma ausência de colaboração desesperadores. Fora o novo chefe que, à primeira vista todo sorrisos, mostra-se uma pedra no seu caminho.

    A casa e o carro novos são maravilhosos, mas têm, de repente, tanta coisa a fazer que você não tinha notado!

    E aquele lugar?! Ideal! Mas, céus!, quer-se o conhecido solo e aconchego...



    É assim: passado o primeiro momento, tudo se transforma em mesmice. E a gente começa a caçar outra coisa inatingível para preencher o vazio de não estar entusiasmado com nada...

    Há exceções, claro. Mas não tantas quanto se gostaria...




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