Acabamos de assistir Moulin Rouge: não sei se é filme pra vencer o Oscar, mas eu adorei!
Gosto dos musicais: eles lembram uma época que não vivi, de cabarets com suas prostitutas exuberantes, a beleza e um tipo de liberdade que afrontava o mundo de um jeito que o tempo dissipou. Essa era uma época de sonhos em que os diamantes cintilantes eram considerados a única ambição de uma mulher dos chamados submundos. Essas, as damas da noite, guardavam em si a alegria e vendiam a ilusão do amor - coisas que, hoje, as bonecas de luxo talvez sequer conheçam.
Outros tempos, novo milênio, valores e focos muito distantes dos idos 1900.
Eu, se tivesse vivido nesses anos dourados - pasmem! -, teria sido uma Satine. Dançarina, glamourosa, ardente; me apaixonaria por um escritor e morreria jovem, com certeza.
Moulin Rouge trouxe-me um sentimento de nostalgia - daqueles que nos despertam saudade de lugares/tempos que não conhecemos/vivemos e que não se sabe de onde vem.
É pena, afinal, que ele pertença à safra dos filmes cuja arte imita a vida e feche sua cortina sobre a dor.
Não espanta, contudo. Em mim, só acentuou essa impressão curiosa de ter sido parte dos cenários...
A trilha sonora é deliciosa, numa seleção de músicas que se compõem umas nas outras, num trocadilho que as torna divertidas sem tirar a essência.
E embora eu ache que o ator Ewan McGregor não seja a opção ideal para contracenar com Nicole Kidman, ele vestiu-se tão bem no papel que quase não consigo imaginar outro em seu lugar.
Enfim: o deslumbrante nightclub francês que atendia a elite decadente da sociedade local, instigando os mais profundos desejos dos homens, está perfeitamente retratado - além do que, nos transporta para as primeiras poltronas de teatro, o espetáculo que carrega a expressão mais pura das encenações.
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