• Porque escrever é um vício.

    Então hoje faz um ano que invadiram nosso antigo apartamento e roubaram todas as minhas jóias e uns dólares que guardávamos em casa para eventuais emergências.

    Nós tínhamos o hábito (péssimo talvez) de deixar a porta de entrada destrancada - porque um filho chegava, outro saía, passava pra deixar ou pegar algo, e sempre achamos que era mais fácil assim do que dar uma chave pra cada um. Também jamais cogitamos que num edifício com câmeras instaladas em muitos pontos, alguém pudesse cometer tal ato.

    Mas naquela tarde eu cheguei do trabalho e foi com surpresa - seguida de desespero - que encontrei tudo fora de lugar, os quartos revirados, todas as nossas coisas pelo chão.

    Violação da intimidade, a privacidade completamente nua: foi uma das piores sensações que senti...

    Nada foi recuperado - não que eu tivesse diamantes mil, mas eu tinha jóias de família, aquelas coisas como o primeiro anel de brilhantes ganho aos 15 anos do meu pai, o anel de formatura, um colar especialmente adorável - presente do meu marido numa data especial -, a aliança que herdei da minha avó - com a qual fiz três anéis desenhados por mim -, meu primeiro brinquinho e pulserinha - de quando nasci, que ia ser de uma possível/futura/desejada filha -, e um pouco mais de dourados - brincos, anéis, pulseiras, cordões - que tinham muito mais valor significativo que financeiro.

    Enfim... Aquele foi um tempo de muito tumulto, em que incompreensíveis acontecimentos nos rondaram, numa roda-vida de dor, mágoa, medos, perdas e danos - literalmente.

    De toda forma, uma coisa esse acontecimento especial deixou de legado: nunca mais porta sem chave - nem quando estamos em casa.




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