Ela escreveu sobre o Tabu da Traição, pegando gancho num texto da Martha Medeiros.
As idéias expressas têm alguma pertinência com a nossa realidade, embora eu discorde que a traição impere sem tabus: trair, até para quem o faz habitualmente, envolve muita culpa. Também não acho que a distância que se quer colocar entre amor e desejo possa explicar tal comportamento: muitas vezes, não tem a ver nem com um nem com outro. As razões que levam um ser humano a enganar, passam desde uma insegurança profunda até uma vingança patética; pelo cansaço com a rotina até a ansiedade por aventuras e perigos.
Entretanto - e aqui entra um grande ENTRETANTO -, eu penso mesmo que, antes de mais nada, havendo amor, não deveria haver dúvidas nem nenhum outro motivo que nos levasse a esse 'desvio de conduta' - ainda que temporário.
Mas acontece que somos pura contradição - e quem sabe se não é essa característica da alma que nos faz errar tanto!
E acontece também que existe o perdão - que como escreveu a mesma Martha, é prova de entendimento absoluto, principalmente de si mesmo.
O que eu sei sobre traição, é que ela abre uma ferida que demora a cicatrizar - mesmo que nunca mais mencionada (o que é difícil, porque as pessoas têm uma satisfação mórbida em relembrar tragédias sem sentido). Fica no interior uma marca - que o tempo trata de amenizar e minimizar, especialmente se fazem o favor de não mais tocar no assunto...
Tem-se uma infinita capacidade de superação...
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