O Jornal Nacional está apresentando uma série de reportagens sobre o Afeganistão.
Muita coisa é bem interessante, mas hoje o foco se centrou no envelhecer precoce desse povo de muitas rugas, tantas marcas, indescritíveis dores. Triste, muito triste...
A criança traz o rosto de um adulto; um adulto é dolorosamente muito velho...
Eu costumo dizer que sou mais velha do que aparento e que numa ocasião de minha vida, por volta dos vinte anos, envelheci dez anos em uma semana. Algumas vezes, por situações adversas que geram imenso cansaço - ainda que transitório - eu tenho essa mesma sensação: envelhecer, muito, de repente...
Mas confesso que nada se compara ao que vi hoje no olhar daquelas pessoas. Percebi que meus eventuais reveses são nada diante do sofrimento ilimitado desses que tiveram a vida, os sonhos, as esperanças, a beleza, o tempo roubados.
Meu espelho, hoje, refletiu-me exatamente como sou: nenhum segundo a mais do que vivi. Percebi que apesar das minhas muitas dores, nada ainda cavou-me a face - nem a alma - tão fundo que me roubasse o brilho dos olhos e a crença em horizontes azuis.
Agradeci: a vida me foi - e tem sido mais do que nunca -, muito generosa...
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