A gente sempre chora um pouco mas, de vez em quando, eu choro muito. Essas ocasiões se dão quando a casa está solitária - eu e somente minhas sombras (e as cachorras, que entendem e respeitam esses momentos deitando-se silenciosamente ao lado).
Deixo-me abandonar sobre a cama - ou no tapete do quarto -, e sem qualquer domínio choro por todas as minhas perdas, ausências, dores, saudades, frustrações, pelas mágoas do momento e pelas anteriores... Choro também todos os meus ódios - é, eu tenho alguns, poucos, mas tenho.
Sinto meu peito arder no incontrolável dos soluços e a angústia de tudo que me entristece, se esvair - pelo menos por um tempo.
Então um cansaço físico me toma, mas a alma vai se acalmando e alguma paz vai descendo o seu manto. Tudo fica muito quieto e imóvel.
Levanto-me e tomo um banho quente. Deito-me na escuridão e adormeço o sono dos anjos (ou da morte): sem sonhos ou pesadelos, só o esquecimento de tudo.
Depois, volto a um minuto antes dessa entrega ao nada, e recomeço...
0 comentários:
Postar um comentário