• Porque escrever é um vício.

    A data de hoje me é infinitamente importante - mas não especial.

    Ela marca o que eu chamo de Dia da Vitória - uma vitória que se deu num combate em que muitas batalhas foram perdidas. Entretanto, não atribuo a ela nenhuma especialidade porque ela marca um vencer envolvido em muitas contradições - o riso e a lágrima, a dor e a alegria, o medo e a coragem, a dúvida e a certeza, embutidos num mesmo sentimento: recomeço.

    Nenhuma luta é em vão, mas a matemática de perdas e ganhos é simples: para alguém ganhar, alguém tem que perder.

    Sou uma mulher vencedora. Já venci em lugares que muitos não ousariam lutar - e nem sempre quis levar o prêmio. Fui arrogante, fui orgulhosa, e olhei para algumas vitórias com indiferença, com aquele provar que era dona da situação.

    Nessa última ocasião, no entanto, a ausência de ação foi o que me ergueu sobre a adversidade. E é muito curioso que o silêncio, o estancar diante de tudo, a simples espera, o apenas observar dos movimentos alheios, tenham sido os determinantes de uma vitória...

    O dia de hoje reafirma minha crença de que o amor é a virtude mais poderosa do mundo e que sobre ele nada mais impera. Ele me lembra que a esperança é uma dádiva que nunca, nunca mesmo, se deve perder: até o último segundo - talvez até depois dele (que, afinal, nunca se sabe quando ele está marcado no tempo) -, ela deve ser a força a nos guiar.

    Essa moça certa vez disse: bom é fazer as pazes com as más lembranças... Isso é imprescindível.

    Faço as pazes com 27 de Novembro que, apesar de ter sido um dia que marcava o reinício da plenitude, trouxe com ele um tanto de amargura - que já se dissipou de mim.

    Mas quem sabe se, algumas vezes, não é através das más lembranças que a gente entende a paz... Especialmente depois de viver num campo aberto, em guerra declarada, dolorosa e fria...




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