• Porque escrever é um vício.

    Presença de Anita, o livro: terceiras impressões... (Lendo na tarde...)



    Segredos... Todos nós temos nossos segredos - e estamos salvos pelo direito de guardá-los a sete chaves, com nosso silêncio, nossos olhares distraídos, o sorriso maroto que muda de assunto quando nos é perguntado algo que trancamos em nós.

    Anita também tinha os seus e ela os escondia de seu amante por uma razão bastante coerente: o medo de que, ao desvendá-los, ele não a amasse mais - ou continuasse a não amá-la (ela suspeitava que, efetivamente, significasse apenas uma fonte de prazer e uma fuga do tédio). Anita julgava que desvendar-se para esse homem era afastar de vez qualquer possibilidade do amor se fazer.

    Assim, mentia... Ou melhor: inventava histórias românticas sobre seu passado, colorindo sua vida com matizes que ela desconhecia, sua trajetória um desenho do seu desejo...

    Até que um dia, vencida de seus temores - ou, quem sabe, descobrindo que eles não podiam salvá-la de não ser amada -, abre seu manto e despeja sua verdade branca e preta... E dá-se conta do descaso do homem que a tinha prisioneira: nada o choca nem lhe desperta. Ele, um homem à margem dos sentimentos...



    Essa é, vou concluindo, uma história triste. Quase me soa uma história de desamor - e não um romance.

    Uma tragédia - e seja lá quem a comparou aos escritos de Shakespeare, teve sua razão.

    Presença de Anita é uma tragédia cotidiana... Tão comum que chega a causar arrepios...



    Capítulo X. Amanhã...




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