• Porque escrever é um vício.

    Presença de Anita dava um fórum: pela densidade do tema, pela diversidade de impressões, pelo divisor de águas que suscita...



    Mas Joyce fez-me uma pergunta bastante pertinente e como quem sabe talvez outros também a tenham formulado no pensamento, vou tentar me expressar melhor.

    O que me causa mal-estar é a traição: o rompimento quando se dá por conta da brecha aberta a uma terceira pessoa.

    Acho que se uma relação tem que acabar, que essa decisão seja fruto da coragem das partes de romper, não da interferência de outros.

    A invasão numa relação pode se dar por muitas razões. Mas penso que se deve ter cuidado e, se acontecer, escolher um caminho rapidamente, antes que ele vire uma encruzilhada - pois nada justifica a exposição do outro a uma situação tão dolorosa...



    Manter as aparências é uma opção, como tantas. Ruim, é verdade, mas uma escolha dos envolvidos, que pode ter apenas as próprias mãos.

    Lúcia, essa do livro, por exemplo, já vinha mantendo as aparências muito antes do aparecimento da amante. De família tradicional, ela contenta-se com a idéia que fazem de seu casamento e não precisa que ela seja real. Aliás, ela gosta da distância que impôs ao marido - o que pode ter desencadeado o interesse dele por uma aventura (que, mesmo assim, não funciona como desculpa: se ele vinha infeliz, que fosse embora, não arrumasse uma muleta para sustentar-lhe!).



    De toda forma, eu não gosto das máscaras; a transparência, para mim, é uma lei, de modo que nenhuma das situações me serve: não quero ser traída, nem viver de ilusões - seja na pele da amante, seja na face da mulher, pois na fatalidade de uma história assim, ambas vivem suspensas em dores diferentes, mas igualmente insuportáveis...



    Só não me pergunte como eu sei...




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