• Porque escrever é um vício.

    Por ocasião do sequestro da filha de Silvio Santos, o Jornal da Globo ontem fez uma matéria interessante sobre o que cientistas suecos, que pesquisaram o assunto e analisaram reações de risco à vida, chamam de "Síndrome de Estocolmo".

    Trata-se de uma generosidade que a vítima desenvolve em relação ao seu algoz - tal qual a moça em questão apresentou. Uma vez que o sequestrado percebe que não vai conseguir fugir, que o controle de sua vida não está mais em suas mãos e continuar a viver depende da vontade de outras pessoas, o criminoso passa a exercer sobre ela um fascínio que agrega uma gratidão por qualquer gesto que a faça sentir que está sendo preservada (!?).

    Isso começa a acontecer por volta do quarto dia de cativeiro, quando a pessoa já desistiu de reagir e não consegue pensar em alternativas, o que vai minando sua esperança. Se o desfecho é favorável à vítima, sendo ela libertada sem danos físicos, ela tende a ser grata e até a defender os envolvidos. Consta que nos EUA uma família sequestrada até pagou advogados para a defesa dos sequestradores!

    O que fiquei pensando sobre isso é como o ser humano é altamente emocional e como situações de desespero, exposição, impotência, por ex., podem inverter sinais da sensibilidade, levando ao cúmulo de encarar com bondade um ato de extrema violência - como é o sequestro. Claro que tal comportamento não é padrão, mas não deixa de ser curioso. De toda forma, quero crer que existam pessoas capazes de extravasar sua raiva e indignação - o que me soa mais normal...




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